Produtividade Não É Sobre Movimentos do Mouse

By Marcelo Barbosa

A produtividade é frequentemente mal compreendida, e a abordagem do Wells Fargo é um exemplo claro dessa percepção equivocada. A empresa foi criticada quando foi publicado que ela “demitiu mais de uma dúzia de funcionários após uma investigação revelar que eles estavam usando dispositivos ou aplicativos para simular produtividade em seus computadores por meio de movimentos de mouse.” (Fonte: The Verge)

Ao equiparar produtividade a movimentos de mouse perde-se a essência do que a verdadeira produtividade implica. Medidas como essas falham em capturar a produtividade genuína, promovendo, em vez disso, uma cultura de vigilância que pode levar a uma atividades superficiais em detrimento de resultados relevantes.

Em sua essência, a produtividade é a relação entre o produto gerado e os insumos utilizados. Se a Wells Fargo considera o movimento do mouse como um insumo, surge a pergunta lógica: qual é o resultado correspondente? O ato de mover o cursor do mouse é tão trivial que um dispositivo simples, como um movimentador de mouse, pode realizá-lo.

Este incidente destaca a necessidade de uma mudança de paradigma em como a produtividade é medida, especialmente na era do trabalho flexível. À medida que as organizações navegam por esse novo cenário, focar em entregas e contribuições significativas torna-se fundamental para fomentar uma força de trabalho verdadeiramente produtiva.

H. James Harrington, um renomado especialista em melhoria de desempenho, disse uma vez: “Se você não pode medir algo, você não pode entender. Se você não pode entender, você não pode controlar. Se você não pode controlar, você não pode melhorar.”

Essa citação ressalta a necessidade de medir as coisas certas. Antes de iniciar a jornada de medição, é crucial entender o seu propósito. Por que estamos medindo isso? Esse insumo tem algum valor real? Esse entendimento estabelece a base para uma medição eficaz da produtividade.

A produtividade engloba os recursos empregados—salários, infraestrutura, custos operacionais, etc.—para produzir um produto ou serviço. Melhorar a produtividade pode ser abordado de três maneiras principais:

  • Redução de Custos Mantendo os Resultados: Isso envolve a redução dos insumos sem comprometer a qualidade ou quantidade produzida.
  • Aumento da Produção com os Mesmos Custos: Isso significa aumentar a eficiência dos insumos para obter maiores resultados sem despesas adicionais.
  • Redução de Custos e Aumento da Produção Simultaneamente: A abordagem mais desafiadora, mas recompensadora, onde tanto os insumos são minimizados quanto os resultados são maximizados.

É por isso que é importante mudar o foco para as entregas da equipe e as contribuições individuais para esses resultados. Entregas são produtos ou serviços tangíveis desenvolvidos para um cliente, seja interno ou externo. Para uma compreensão abrangente das entregas, você pode explorar mais aqui.

Ao focar nesses aspectos, as organizações podem impulsionar melhorias reais na produtividade. Ir além de métricas superficiais, como movimentos do mouse, para medidas que realmente reflitam a criação de valor e eficiência proporcionará um ambiente de trabalho mais produtivo e significativo.